A NSB conta com o apoio da Fundação João Mangabeira na luta contra o genocídio de negros no Brasil, matança generalizada da sua população jovem, notadamente os rapazes negros, que são as principais vítimas da violência letal. Com o tema O Genocídio da População Negra no Brasil novamente será discutido o que pode ser feito na esfera pública para abordar o tema. Com o apoio do PSB e da Fundação João Mangabeira a NSB tem conseguido êxito em discutir o assunto e participa no dia 17 de novembro de um bate papo apoiado pela Senadora da República Lídice da Mata (PSB/BA). O bate papo será transmitido ao vivo através da TV João Mangabeira, no link www.tvjoaomangabeira.org.br e você não pode ficar de fora. Em 2012, segundo a prévia do Mapa da Violência 2014, informação compartilhada pelo grupo “Juventude Contra Violência”, as mortes juvenis (de indivíduos de 15 a 29 anos) provocadas por causas externas representaram 71,1% do total de mortes, enquanto para a população não jovem esse índice foi de 8,8%; os homicídios juvenis tiveram participação de 38,7% na mortalidade total, sendo 93,3%, jovens do sexo masculino; entre os não jovens, 2,4% das mortes por causas externas foram decorrentes de homicídios. Esse quadro é ainda mais aterrador para a juventude negra: no período de 2002 a 2011, a participação de jovens negros no total de homicídios no país se eleva de 63% para 76,9%, enquanto que a participação de jovens brancos decresce de 36,7% para 22,8%. Os números mostram ainda que a vitimização dos jovens negros, no mesmo período, subiu de 79,9 para 168,6; isso quer dizer que para cada jovem branco assassinado, há 2,7 jovens negros vítimas de homicídio. Esse cenário é tão alarmante que ativistas e especialistas têm denominado o fenômeno de genocídio da juventude negra[2]. Mas, o que há por trás de tamanha desigualdade nos padrões de mortalidade entre negros e brancos em nosso país? Ainda que muitas pessoas acreditem que o racismo – prática discriminatória que visa colocar grupos e/ou indivíduos em posições de desigualdade, em virtude de aspectos físicos, como a cor da pele – se manifeste individualmente, operando apenas nas relações interpessoais, a história demonstra que essa não é uma questão restrita ao âmbito individual. Historicamente, o povo negro vivencia condições de vida muito inferiores aos de pessoas brancas. Mesmo quando comparadas/os à parcela da população branca e pobre, em geral, as/os negras/os e pobres se encontram em situação muito pior. Isso pode ser facilmente ilustrado por indicadores sociais, como os que apontam que 73% da população mais pobre é negra; 79,4% de pessoas analfabetas são negras; 62% das crianças que estão fora da escola são negras; em média a renda de negros é 40% menor que a de brancos. Segundo Valneide Nascimento dos Santos, representante máxima da Negritude Socialista Brasileira – NSB, é preciso acordar para esse fato que causa horrores a todos e está acontecendo diante dos nossos olhos. “A violência não acontece apenas no exterior, ela está muito perto de todos nós e nossos negros e negras são as maiores vítimas”, afirma Valneide.
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Jackson Bueno
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