Um rei desesperado e cheio de dívida resolveu organizar uma fuga e empreender novos negócios longe do seu reino.
Preparou então sua trampe de navegação marítima e saiu em busca de terras desconhecidas para iniciar a exploração. Foi então, que segundo os registros históricos, por volta do ano de 1500, a exploração começou. O tal navegador conhecido como Pedro Cabral, determina ao seu secretário de comunicação que escreva ao seu rei, uma carta relatando as belezas e maravilhas encontradas. A carta mencionava as riquezas naturais e a beleza de povo que já habitava o paraíso encontrado. Esse novo mundo chamado Brasil foi responsável pelo tráfico de aproximadamente quatro milhões de pessoas, arrancadas à força do continente africano, para de forma cruel e desumana serem submetidos ao trabalho escravo. Mas o povo negro nunca desistiu de lutar por sua liberdade. Após muitas lutas, conflitos e revoltas organizadas pelos negros, a Princesa regente do império brasileiro assinou a Lei 3353 – DE 13 DE MAIO DE 1888, que declara extinta a escravidão no Brasil. Agora é necessário fazer um recorte nessa história. Em 1888 a população no Brasil era de aproximadamente 15 milhões de pessoas, que significa dizer que os negros representavam perto de 30% (trinta por cento) dessa população.
Como reflexo da assinatura dessa lei tivemos toda população de negros jogada na “rua” sem nenhuma indenização pelos trabalhos que eram forçados a realizar, sem casa para morar e sem terra para trabalhar. Então, que libertação foi essa? Isso foi ou não foi uma sacanagem com o povo preto? O que o império fez foi um plano de vingança contra aqueles que pregavam a liberdade dos escravos. Do contrário teria-se pensado numa forma de acolhimento da mão de obra daqueles trabalhadores, acolhimento daquelas mães pretas e daquelas crianças que não tinham sequer direito a frequentar a escola. Ainda nos dias atuais o povo preto padece da discriminação patrocinada pelo Estado brasileiro, quando não promove a política de igualdade e insiste na tal meritocracia. Os negros, todos os dias são empurrados para as favelas e periferias das grandes cidades. Os negros são também os que mais morrem por morte matada, são os que mais sofrem com desemprego e tantas outras mazelas.
Texto de Euclides Vieira – Secretário de Planejamento da NSB