O líder socialista na Câmara, deputado federal Beto Albuquerque (RS), vice na chapa da candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, participou nesta quarta-feira (17), da série Entrevistas Estadão. Durante uma hora, o deputado gaúcho respondeu perguntas de jornalistas e internautas. Na semana passada foram entrevistados os vices dos outros dois candidatos com maior índice nas pesquisas de intenção de voto. Já participaram da série os principais candidatos à Presidência e ao governo de São Paulo, além de concorrentes ao Senado pelo Estado de São Paulo. O papel do agronegócio e do Ministério da Agricultura no governo do PSB foi o tema de abertura dos questionamentos. Beto Albuquerque denunciou que o Ministério da Agricultura foi esvaziado monetariamente ao longo do governo atual. “Precisamos dar o poder necessário e o trânsito necessário para que o ministro da agricultura tome suas decisões. A Embrapa está bastante fragilizada. O Brasil só não está negativo porque o desempenho da agricultura mais uma vez segurou essa onda”, destacou o parlamentar. “A terra no Brasil tem que exercer função social. Os índices de produtividade vêm da época da ditadura. O mundo mudou. Hoje, o agricultor que não tiver produtividade vai ser desapropriado pelo mercado e não pelo governo. O índice de produtividade neste momento é para premiar e não para punir”, completou. Perguntado sobre a possibilidade de alterações no Código Florestal no governo Marina, Beto foi taxativo e declarou que “não nos cabe fazer revisão, já está pactuado. É hora de executar.” Em relação à matriz energética, setor cuja crise no País tem se agravado sistematicamente, o candidato à vice disse que o objetivo é “continuar apostando no sistema hídrico, mas não temos porque não avançar na energia solar, no gás. O pior cenário para o Brasil é não ter energia. O governo Dilma tem mais sorte do que juízo, porque colapsou o setor. O que já está em andamento não faz sentido rever. O que ainda está no papel precisa ser estudado. Mas é preciso explorar outras fontes de energia”. Outro tema abordado foi a autonomia do Banco Central, questão que gerou diversas falácias quanto às reais propostas da candidata Marina Silva. Beto explicou que se o modelo vigente “estivesse dando certo, não estaríamos vivendo a volta da inflação, com furos na previdência, não teríamos 3,5% do PIB em déficit em conta corrente. Alguém tem coragem de dizer que está dando certo? Quem defende manter o que está aí é que está errado”. “O Banco Central é pago para correr atrás das metas. Mas quando quem está à frente está sujeito a intervenções do governo, talvez um banco profissional não fizesse. Os rompantes populitas têm sido pagos pelos brasileiros. O BC, se fosse independente, poderia ter tomado outras decisões. Estou falando do comando do Banco”, concluiu. |
Liderança do PSB na Câmara
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