O deputado federal Gervásio Maia (PSB), vice-líder das oposições, protocolou na última quarta-feira (20), o Requerimento de Indicação Nº 1537 de 2019, destinado ao Poder Executivo, sugerindo a criação da “CONDECORAÇÃO ZUMBI DOS PALMARES”, com o objetivo de homenagear, anualmente, produções literárias de escritoras e escritores negros que se destaquem na abordagem dos mais relevantes temas da vida cultural, social, política e econômica do país.
Para o deputado Gervásio Maia o incentivo à produção literária de autoras e autores negros irá contribuir para a construção de uma visão mais plural e crítica do Brasil. “O racismo estrutural afastou a população negra dos espaços de poder e da produção de discurso. E a literatura está nos currículos escolares, representando a nossa identidade como povo brasileiro. É muito importante buscar iniciativas que contribuam para a representação da população negra, que abram espaço para o lugar de fala da maioria da nossa população, que é negra. A nossa intenção é contribuir para a construção de uma visão mais plural e crítica do nosso país”, elucidou.
De acordo com a justificativa do requerimento, apenas 10% dos livros publicados no Brasil são de autores negros. Uma realidade que é consequência de uma história de racismo e desigualdade social, em um país que foi o maior território escravocrata do hemisfério ocidental. O Brasil recebeu cinco milhões de cativos africanos, 40% do total de 12,5 milhões que embarcaram para a América ao longo de três séculos e meio. Como resultado, o país tem hoje a segunda maior população negra do planeta, perdendo apenas da Nigéria.
Para o Ministério Público do Trabalho, dentre diversas outras injustiças sociais, no mercado de trabalho pretos e pardos enfrentam mais dificuldades na progressão da carreira, na igualdade salarial e são mais vulneráveis ao assédio moral.
Zumbi dos Palmares
O pernambucano Zumbi dos Palmares nasceu livre, mas foi escravizado aos seis anos de idade, mais tarde, tornou-se o líder do Quilombo dos Palmares. Zumbi morreu em 20 de novembro de 1695, data pela qual passou a ser referenciada como o Dia da Consciência Negra. A morte de Zumbi encerrou mais de um século de resistência do maior quilombo da história do Brasil. Mesmo após o fim da escravidão, a força de Zumbi se faz presente na luta contra a desigualdade e o racismo.