Apesar dos negros e negras serem mais de 50% da população brasileira, ainda são vistos como não pertencentes a diversos espaços, em especial da vida pública.
Situações do dia-a-dia que refletem o racismo são muito mais comuns do que se pensa, muitas delas são atitudes sutis, quase imperceptíveis. Xingamentos grosseiros, como as injúrias raciais, são as formas mais escancaradas de racismo, porém essas acontecem em menor quantidade.
Há outras formas sutis de atitudes racistas, aquelas difíceis de capturar, exceto por pessoas negras que já foram alvo um número incontável de vezes. Uma delas é o olhar. Ele pode ser de desprezo, indiferença ou julgador.
O racismo produz consequências gravíssimas, com a exclusão de negros e negras dos direitos mais básicos. Enfrentar o racismo institucional na administração pública é democratizar o acesso aos serviços e às políticas públicas para que todas as pessoas possam exercer sua cidadania.
O histórico racista do país tem dificuldade de reconhecer ou mesmo oportunizar pessoas negras em cargos de destaque ou liderança.
No tempo em que vivemos, marcado por constantes avanços de natureza material e tecnológica, combater a chaga da desigualdade de raça constitui não apenas um imperativo constitucional, mas, sobretudo, um dever moral e ético de nossas consciências.
Por isso, encerro com uma frase do grande líder negro Sul-africano, Nelson Mandela: “ Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisa aprender. E se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”.
Valneide Nascimento dos Santos
Secretária Nacional da Negritude Socialista Brasileira do PSB
Presidente Nacional do Instituto Afro Origem – INAO