É só se sentar à frente da tevê e observar Pra vender carro, apartamento, roteiro pra viajar O padrão de consumo é branco. Ao negro resta invejar Parece insulto, mas isso precisa mudar.
Veja a cena do carro novo, negro nele nem pensar Quem aparece é moço branco, feliz a passear. Apartamento frente pra praia, varanda, cozinha e sala de estar? Logo aparece pai, mãe e filhinho branco a brincar
Europa, Disney, Bueno Ayres ou Belém do Pará Só projeta a ideia de branco viajar. Será falta de ator modelo negro? Será o que há? E como falar em democracia étnica, racial, basilar?
E os não brancos, como se veem na hora de comprar? Essa é uma questão. Caso pra refletir e avaliar. Quando será hora de reagir, discutir, se indignar? Ou chamar atenção de quem mais precisar
Como ser “todos iguais” e a constituição respeitar? E por qual razão isso deve continuar? A publicidade devia mesmo não preconceituar. Não fará mal algum ao branco, se ao negro felicitar (ou fará?).
Será razão econômica? Negros ascenderam as classes “C, B e A” Razão política? Creio que não.Todos precisam dos negros pra votar. De fato é razão cultural, histórica e secular Desde a escravidão, colônia, império que a república veio herdar.
Não bastou a “ama negra” o filho do senhor amamentar, Nem a mucama, os maus tratos aguentar E mesmo escravizados, negros e negras resistir e lutar Precisou Zumbi surgir pro Palmares liderar
E nesse 20 de novembro dia da consciência elevar Vê-se ainda o quanto se tem para alforriar Inclusive a publicidade que nega ao negro participar E é por que lugar de negro É EM TODO E QUALQUER LUGAR.
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Autor: Odmar Péricles Nascimento
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