Marina Silva, candidata à Presidência da República pela Coligação Unidos pelo Brasil, visitou nesta quarta-feira (10), no bairro do Itaim Paulista, na periferia da cidade de São Paulo, a entidade filantrópica Casa de Isabel. Trata-se de uma instituição de assistência a pessoas em situações de risco e violência, principalmente contra a mulher. Acompanhada de seu vice, Beto Albuquerque, e da coordenadora geral da campanha, Luiza Erundina, Marina explicou que visitas como aquela são importantes para que boas experiências possam ser transformadas em políticas públicas, “dando escala a elas com os recursos do poder público, utilizados de forma correta”. Para a candidata, “unidades como essa podem ser espalhadas pelo país inteiro em parceria com o poder público, fazendo atendimento não apenas a mulheres que são vítimas de violência, mas também um tratamento que é feito aqui com os agressores, porque a violência é um processo que acontece no seio do núcleo familiar”. Marina disse que é preciso que as mulheres vítimas de violência possam estudar e trabalhar para ganhar autonomia financeira, serem empoderadas dentro de seus lares e de suas comunidades. Outra demanda identificada por ela no local foi a “moradia digna, que uma grande quantidade delas ainda não conseguiu”. Ela apontou a importância das casas abrigo, porque muitas mulheres correm o risco de vida quando são feitas as denúncias. “Nossa proposta é combinar as políticas sociais já existentes do Minha Casa Minha Vida, do Bolsa Família, com outras políticas que possam favorecer a profissionalização, a urbanização dos lotes onde essas mulheres vivem. E que a gente possa ter uma política integrada voltada para que elas saiam da situação do risco e da violência.” Perguntada sobre o resultado das últimas pesquisas divulgados ontem pela CNT-MDA, após dizer que “reflete o momento dos eleitores que foram entrevistados”, mandou um recado aos adversários: “Gostaria muito que estivessem fazendo o mesmo que nós, tivessem apresentado um programa para ser debatido, estivessem conversando, dialogando com os diferentes setores da sociedade para enriquecer cada vez mais esse programa, feito a escolha de que não podemos nos conformar de que as crianças continuem sem creche, que se tenha 8 milhões de jovens e adolescentes analfabetos”. Marina, mais uma vez relembrou os problemas que a indústria está enfrentando, o desemprego, o insucesso da política atual de redução da inflação, a política de juros altos, a crise de credibilidade pela qual o país está passando, enfatizando “que aqueles que negam a realidade não se credenciam para corrigir os problemas, porque partem do princípio de que basta ter tempo de televisão para mostrar uma realidade que não combina com a realidade dessas pessoas que a gente encontra no dia a dia, que não são atendidas na saúde, na educação, vivem na violência e não têm a sua casa digna para morar”. Ela comentou também sobre a realização do segundo turno das eleições, afirmando que o povo tem sabedoria e que uma eleição em dois turnos pode estimular um debate mais profundo e com tempo igual de televisão para todos os partidos. “Eu sinto que há um desejo muito grande de mudança. A sociedade brasileira está dando uma grande demonstração de que quem está renovando a política é a própria sociedade. Ela está mostrando para os partidos, para as lideranças que não quer mais saber do embate, da fofoca, quer saber do compromisso e avaliar as ideias, as trajetórias. E, em cima disso, vai formar a sua opinião.” Ela lamentou “que estejam sendo vocalizadas mentiras, ampliadas mentiras”. E que isso está perturbando o processo democrático em que o leitor tem direito de, com base na verdade, formar a sua opinião. Sobre a independência do Banco Central, Marina disse que isso sempre foi um consenso desde o Plano Real. “Eu não ouvi nenhum partido dizendo que é contra a autonomia do Banco Central. E o presidente Lula até fez uma carta aos brasileiros dizendo que se comprometia em manter os instrumentos da política macroeconômica do governo Fernando Henrique, a autonomia do Banco Central, a responsabilidade fiscal e o controle da inflação.” Tudo isso, criticou ela, “foi negligenciado no governo da presidente Dilma a tal ponto que hoje a realidade que temos é que a autonomia de fato foi corroída na prática”. Ela afirmou que o Brasil precisa voltar a ter credibilidade. E, para isso, o Banco Central necessita de autonomia. “Não se pode permitir que o Banco Central fique ao sabor dos interesses da lógica do poder pelo poder dos grupos políticos para favorecer a sanha de ganhar as eleições em prejuízo do futuro do país. O Banco Central autônomo é para controle da inflação, adquirir credibilidade para o país voltar a crescer, para preservar o emprego”. Ao comentar os ataques que vem recebendo dos seus adversários políticos durante a campanha, a candidata finalizou: “Vamos responder a altura apresentando as nossas propostas, falando a verdade. Os brasileiros estão cansados da polarização, de não se fazer o debate, mas só o embate, desconstruindo um ao outro. Nós estamos fazendo um esforço muito grande para construir uma vitória programática”. |
Equipe Marina e Beto 40
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